Por Ir. Jackson C. Silva, NJ*
Neste trecho, Jesus compara o Reino dos Céus como o chamado de trabalhadores por parte de um proprietário para sua vinha. Ele recolhe operários no início da manhã e ao meio-dia combinando o preço de uma diária igual para todos. À noite, o pagamento é dado começando pelos últimos até os primeiros o mesmo salário. Os primeiros murmuraram e reclamaram a igualdade do pagamento, pois eles trabalharam mais que os outros. Seria esse proprietário injusto por ter dado a mesma quantia para todos? Mas ele cumpriu o combinado de uma diária que ambos aceitaram e agora estão reivindicando! Nessa comparação de quem na verdade Jesus está falando?
Vamos identificar os personagens dessa estória. O proprietário é Jesus que chama todos para sua vinha (messe, trabalho, caminho do discípulo). Os operários da manhã trata-se dos judeus, povo eleito, chamado por Deus primeiro desde Abraão (Gn 12). A reclamação deles é igualarem-se aos pagãos, incircuncisos (aqui, os “últimos” operários). Mas com Deus não distinção. Por isso o salário, a recompensa do trabalho e da caminhada, ser o mesmo. Por acolherem primeiro o anúncio do reino, acabam recebendo primeiro o seu pagamento.
Quanto a nós? Queremos ser os primeiros que reivindicam mais direitos que àqueles que estão chegando agora? Ou estamos satisfeitos com o “salário” que recebemos após o trabalho nessa caminhada?
Os primeiros operários ao invés de reclamarem maior salário, deveriam alegrar-se com a chegada de novos trabalhadores que os ajudariam e tornariam o trabalho menos pesado. Já os últimos devem agradecer a bondade do “proprietário” e não se reconhecer privilegiado, mas responsável em colaborar no trabalho da vinha. Assim, ambos receberão o mesmo salário, o Reino dos Céus!
* Membro do Instituto Religioso Nova Jerusalém. Licenciado em Física pela UFC e em Filosofia pela UECE. Graduando em Teologia na FAJE-BH e pós-graduado em Formadores para Vida Religiosa no ISTA-BH. Contato: irjackson.nj@gmail.com